quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A taste of !ncredible India

Já sei que já passou muito tempo desde o meu último post, mas tenho tido dias muito atarefados. E isto de ter que lavar a roupa à mão rouba-me imenso tempo!!!

Esta 6ª que passou eu e uns quantos internos decidimos fazer-mo-nos à luta e encontrar um bar decente onde nós, as raparigas, nos sentíssemos minimamente à vontade... Sim! Porque há com cada buraco de merda por aqui... nem vos digo nada.... E lá achamos um bar, que apesar de não ser frequentado por mulheres indianas, era decente! Foi tão bom poder estar num bar, a beber, a petiscar, a fumar, a ouvir música e conversar sem restrições nem controlo! Até parecia que estávamos de volta à Europa. Chegámos bem depois da hora do recolher das raparigas internas (21:00, e as indianas é as 18:30) aos dormitórios, mas foi sem stress... Fixe, é para repetir (amanhã)! :D

Este fim de semana decidimos fazer uma viagem dedicada à natureza, e que bem escolhido! Finalmente vi um pouco da Índia dos anúncios: incrível, selvagem, natural, sem lixo, sem pessoas.... Faz-me pensar que o pior inimigo dos indianos são eles próprios....



A todo lado onde vamos, fazemos sensação, principalmente entre as crianças. A globalização ainda não chegou bem à Índia. As grandes marcas estão cá, mas a cultura não, apenas Hollywood. Nós somos o freack show, todos nós já tiramos centenas de fotos, com as centenas de indianos que nos abordam constantemente, só para trocar umas palavras com os brancos e tirar umas fotos para mostrar depois aos amigos e familiares. De acordo com um amigo indiano, é uma espécie de prestigio ter fotos com brancos...

A primeira paragem foi a barragem Amaravathi. Uma paisagem estonteante. A caminho vimos hectares de turbinas eólicas, se olharem com atenção para o horizonte, na foto, conseguem vê-las.


A caminho, um indiano muito castiço assustou-nos com as histórias do exército de macacos demoníacos que são capazes de arrancar um homem de uma moto, abrem-nos a mochila e tiram tudo de lá dentro, e devíamos arranjar algo com um pau para os afastar! Que exagero! LOLOL


Ao pé da barragem encontra-se a quinta de crocodilos que existe com o objectivo da conservação dos mesmos. É bem fixe estar tão perto de crocs enormes, com uma rede bem merdosa como protecção que facilmente podia ser aberta (rush de adrenalina!!!), e ainda fazer festas num croc bébé! A pele é surpreendentemente macia, tal como um brinquedo de plástico mole para bebés!


Antes de irmos embora vamos ver o reservatório de água e depara-mo-nos com uma das mais belas paisagens que já vi em toda a minha vida...


Devo dizer que o sistema de transportes públicos é óptimo, no sentido em que há autocarro para qualquer canto da Índia, mesmo o mais inóspito, e a um preço ridiculamente barato! Em contrapartida os autocarro são umas latas velhas, bem podres, ferrugentos e a cair ao bocados, sem qualquer tipo de amortecedores. As viagem são sempre como uma montanha russa. E se tivermos a sorte de apanhar um autocarro com TV a dar um filme de Bollywood ainda é melhor! :D

Para terminar o dia fomos a um templo Hindu dedicado a Ganesh, em Pelami. Não podia ter sido melhor escolha, e em melhor hora! Antes de mais tivemos de tirar os sapatos antes de entrar no tram que sobe a colina (xiii o chuléé!!) até ao topo onde se encontra um majestoso templo. Não tenho fotos devido à proibição de as tirar.... Após entrar pela porta principal, segue-se por um caminho labiríntico através de salas pequenas e escuras, por entre colunas repletas de gravuras e estátuas de Ganesh sentado, devidamente ornamentadas com vestuário branco, flores e a pinta vermelha e risco branco na testa (ok, é impossível não pensar em de Toomb raider! :D). Finalmente chegamos à sala principal, de fronte a  uma pequena câmara onde, mesmo no timing perfeito, começa um ritual cujo significado ou propósito desconheço, em torno de uma estátua de Ganesh em pé (a única nesta configuração). Para além de nós, dezenas de devotos encontram-se sentados na sala, alguns com a cabeça rapada coberta com sândalo, na forma de um pó amarelado. A câmara é escura e o ênfase luminoso é dado à estátua, pelo que não dá para observar as 3 pessoas que executam o ritual. A primeira parte consiste na limpeza da estátua usando somente água. Esta limpeza é muito cuidada e delicada, tomando mais de metade do tempo de todo o ritual. Enquanto isso percebe-se que os devotos estão ansiosos. Após a limpeza, passam para a ornamentação da estátua, mais uma vez com vestuário branco e flores. Quando colocam a risca branca e a pinta vermelha, a assistência entra em delírio, começam a entoar algo que não percebo e a esticar os braços para a frente ou para cima, como que esperando receber alguma coisa e começa a música, um tambor, um instrumento de sopro tipo flauta enorme e sinos, neste momento estão todos em êxtase. Distribui-se pó de talco entre todos, para fazer uma risca ou para esfregar pela testa toda e pescoço. Eles sabem que não somos devotos, mas oferecem-nos o pó de talco, integrando-nos no ritual, e não podemos recusar. Também nós fazemos uma risca branca na testa. Para terminar queima-se incenso num largo tabuleiro,e todos, num fernezim, tentam passar as mãos pelo fogo tentando novamente apanhar algo. Entretanto, nós saímos...

Chegamos ao hotel depois da meia-noite, exaustos e sem jantar, e colocamos o despertador para as 5h da manhã.

Domingo é o esperado dia de trekking e de tentar ver alguns animais. Temos que estar no Santuário Indira Gandhi (também conhecido por Anamalai) o mais cedo possível, porque os animais costumam ser avistados bem cedo de manhã, ou ao fim do dia. Assim que chegamos ao Topslip vamos contratar um guia e fazêmo-nos à floresta!! O silêncio é mandatório,não queremos dar sinal da nossa presença, por isso falamos em sussurros. O guia mostra-nos tocas de urso negro e ramos e terra remexida por elefantes. Voam borboletas por todo lado, enormes, pequenas, de todas as cores possíveis!!!


E os bambus! São gigantes!! Enormes!!! Passam os 3 andares e são tão espessos!!!! Com um pouco de sorte ainda conseguimos ver esquilos gigantes, pavões selvagens, macacos comuns e macacos pretos, imensos insectos e rãs. E o ruído da floresta é fantástico! 

Findo o percurso de dificuldade moderada, que durou cerca de duas horas e tal, vamos alarvar forte e feio umas merdas de snacks indianos, completamente junk food. E depois vamos à voltinha de elefante pela floresta! A principio é giro, mas passados 5 minutos o sentimento de culpa invade-me (E a uns quantos outros). Os elefantes não pediram a ninguém para a andar a aturar resmas turistas durante horas enquanto os tratadores lhes batem para se assegurarem que se "portam bem".:(



Para terminar o fim de semana, vamos a um restaurante onde mais uma vez alarvamos comida que nem uns animais, mas desta vez comida a sério. Quando digo como animais, estou a falar a sério, porque na Índia não se usam talheres... Voltamos para o hostel e de tão exausta que estou, adormeço às 18h, acordo ás 20h para jantar rapidamente, adormeço de novo e só acordo 2ª de manhã...

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