quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Awesome!!

Ontem, definitivamente valeu apena fazer a caminhada, e subir aquela rocha com um declive brutal em pés descalços (sim, porque estupidamente fui de flip flops)!


É difícil encontrar palavras para descrever a paisagem, nem a foto capta a verdadeira magnitude....

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Onam

Ok, mais uma vez deixei passar imenso tempo entre posts... eu avisei que não fui feita para isto, a vida é demasiado curta para manter um blog constantemente actualizado! Especialmente quando uma pessoa tem que lavar a merda da roupa à mão!! >:V Fucking laundry.... i miss my washing machine...

Durante 10 dias, no estado de Kerala, vizinho ao estado onde estou, banhado pelo mar arábico, decorre o festival Onam, tendo começado no passado dia 21. O dia de Onam, em si, coincidiu com o fim de semana passado, em que as 4 primeiras raparigas (por ordem de chegada: Alaina, Monika, Gabriela, eu) estiveram no ponto mais Sul da Índia, mesmo ao lado do estado de Kerala ("Kérela)". Bem, na verdade, nós andamos em território do estado Tamil Nadu que pertencia a Kerala até à independência da Índia (1947).


 Bem, eu podia armar-me aqui em Professor Pardal e dar uma lição da história da origem do Onam, mas tenho mais que fazer! Quem quiser que vá ao Wikipédia! Para isso é que serve a internet!

O que realmente interessa é que em alguns destes dias as raparigas de Kerala vestem sarees brancos com bordados dourados espectaculares, e as outras raparigas vcestem sarees festivos. E não dá para deixar de associar  os sarees brancos às togas romanas!!!  Têm um aspecto tão clássico e europeu! LOL




Eu também tinha que vestir um saree! Ao contrário de quase tudo na india, um saree como deve ser é caríssimo, onde se incluem os sarees brancos. Por isso arranjei uns sarees mais casuais e "baratos", que posso usar no resto do estágio!

O Onam é celebrado de várias formas, para além da roupa: comida, dança, Vallam Kali (corridas de barco) e maravilhosos tapetes de flores. Ainda houve concurso aqui no campus!


E, resumidamente, isto é o Onam.

Mais posts vêm a caminho, vou tentar não me atrasar tanto. Tenho imenso material, mas falta de pachorra...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Not this week...

Hoje tenho folga e tempo livre, mas não vou escrever, vou antes para cidade, a um bar, beber uns copos. A vida é demasiado curta para escrever blogs... talvez amanhã... indian tomorrow...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A taste of !ncredible India

Já sei que já passou muito tempo desde o meu último post, mas tenho tido dias muito atarefados. E isto de ter que lavar a roupa à mão rouba-me imenso tempo!!!

Esta 6ª que passou eu e uns quantos internos decidimos fazer-mo-nos à luta e encontrar um bar decente onde nós, as raparigas, nos sentíssemos minimamente à vontade... Sim! Porque há com cada buraco de merda por aqui... nem vos digo nada.... E lá achamos um bar, que apesar de não ser frequentado por mulheres indianas, era decente! Foi tão bom poder estar num bar, a beber, a petiscar, a fumar, a ouvir música e conversar sem restrições nem controlo! Até parecia que estávamos de volta à Europa. Chegámos bem depois da hora do recolher das raparigas internas (21:00, e as indianas é as 18:30) aos dormitórios, mas foi sem stress... Fixe, é para repetir (amanhã)! :D

Este fim de semana decidimos fazer uma viagem dedicada à natureza, e que bem escolhido! Finalmente vi um pouco da Índia dos anúncios: incrível, selvagem, natural, sem lixo, sem pessoas.... Faz-me pensar que o pior inimigo dos indianos são eles próprios....



A todo lado onde vamos, fazemos sensação, principalmente entre as crianças. A globalização ainda não chegou bem à Índia. As grandes marcas estão cá, mas a cultura não, apenas Hollywood. Nós somos o freack show, todos nós já tiramos centenas de fotos, com as centenas de indianos que nos abordam constantemente, só para trocar umas palavras com os brancos e tirar umas fotos para mostrar depois aos amigos e familiares. De acordo com um amigo indiano, é uma espécie de prestigio ter fotos com brancos...

A primeira paragem foi a barragem Amaravathi. Uma paisagem estonteante. A caminho vimos hectares de turbinas eólicas, se olharem com atenção para o horizonte, na foto, conseguem vê-las.


A caminho, um indiano muito castiço assustou-nos com as histórias do exército de macacos demoníacos que são capazes de arrancar um homem de uma moto, abrem-nos a mochila e tiram tudo de lá dentro, e devíamos arranjar algo com um pau para os afastar! Que exagero! LOLOL


Ao pé da barragem encontra-se a quinta de crocodilos que existe com o objectivo da conservação dos mesmos. É bem fixe estar tão perto de crocs enormes, com uma rede bem merdosa como protecção que facilmente podia ser aberta (rush de adrenalina!!!), e ainda fazer festas num croc bébé! A pele é surpreendentemente macia, tal como um brinquedo de plástico mole para bebés!


Antes de irmos embora vamos ver o reservatório de água e depara-mo-nos com uma das mais belas paisagens que já vi em toda a minha vida...


Devo dizer que o sistema de transportes públicos é óptimo, no sentido em que há autocarro para qualquer canto da Índia, mesmo o mais inóspito, e a um preço ridiculamente barato! Em contrapartida os autocarro são umas latas velhas, bem podres, ferrugentos e a cair ao bocados, sem qualquer tipo de amortecedores. As viagem são sempre como uma montanha russa. E se tivermos a sorte de apanhar um autocarro com TV a dar um filme de Bollywood ainda é melhor! :D

Para terminar o dia fomos a um templo Hindu dedicado a Ganesh, em Pelami. Não podia ter sido melhor escolha, e em melhor hora! Antes de mais tivemos de tirar os sapatos antes de entrar no tram que sobe a colina (xiii o chuléé!!) até ao topo onde se encontra um majestoso templo. Não tenho fotos devido à proibição de as tirar.... Após entrar pela porta principal, segue-se por um caminho labiríntico através de salas pequenas e escuras, por entre colunas repletas de gravuras e estátuas de Ganesh sentado, devidamente ornamentadas com vestuário branco, flores e a pinta vermelha e risco branco na testa (ok, é impossível não pensar em de Toomb raider! :D). Finalmente chegamos à sala principal, de fronte a  uma pequena câmara onde, mesmo no timing perfeito, começa um ritual cujo significado ou propósito desconheço, em torno de uma estátua de Ganesh em pé (a única nesta configuração). Para além de nós, dezenas de devotos encontram-se sentados na sala, alguns com a cabeça rapada coberta com sândalo, na forma de um pó amarelado. A câmara é escura e o ênfase luminoso é dado à estátua, pelo que não dá para observar as 3 pessoas que executam o ritual. A primeira parte consiste na limpeza da estátua usando somente água. Esta limpeza é muito cuidada e delicada, tomando mais de metade do tempo de todo o ritual. Enquanto isso percebe-se que os devotos estão ansiosos. Após a limpeza, passam para a ornamentação da estátua, mais uma vez com vestuário branco e flores. Quando colocam a risca branca e a pinta vermelha, a assistência entra em delírio, começam a entoar algo que não percebo e a esticar os braços para a frente ou para cima, como que esperando receber alguma coisa e começa a música, um tambor, um instrumento de sopro tipo flauta enorme e sinos, neste momento estão todos em êxtase. Distribui-se pó de talco entre todos, para fazer uma risca ou para esfregar pela testa toda e pescoço. Eles sabem que não somos devotos, mas oferecem-nos o pó de talco, integrando-nos no ritual, e não podemos recusar. Também nós fazemos uma risca branca na testa. Para terminar queima-se incenso num largo tabuleiro,e todos, num fernezim, tentam passar as mãos pelo fogo tentando novamente apanhar algo. Entretanto, nós saímos...

Chegamos ao hotel depois da meia-noite, exaustos e sem jantar, e colocamos o despertador para as 5h da manhã.

Domingo é o esperado dia de trekking e de tentar ver alguns animais. Temos que estar no Santuário Indira Gandhi (também conhecido por Anamalai) o mais cedo possível, porque os animais costumam ser avistados bem cedo de manhã, ou ao fim do dia. Assim que chegamos ao Topslip vamos contratar um guia e fazêmo-nos à floresta!! O silêncio é mandatório,não queremos dar sinal da nossa presença, por isso falamos em sussurros. O guia mostra-nos tocas de urso negro e ramos e terra remexida por elefantes. Voam borboletas por todo lado, enormes, pequenas, de todas as cores possíveis!!!


E os bambus! São gigantes!! Enormes!!! Passam os 3 andares e são tão espessos!!!! Com um pouco de sorte ainda conseguimos ver esquilos gigantes, pavões selvagens, macacos comuns e macacos pretos, imensos insectos e rãs. E o ruído da floresta é fantástico! 

Findo o percurso de dificuldade moderada, que durou cerca de duas horas e tal, vamos alarvar forte e feio umas merdas de snacks indianos, completamente junk food. E depois vamos à voltinha de elefante pela floresta! A principio é giro, mas passados 5 minutos o sentimento de culpa invade-me (E a uns quantos outros). Os elefantes não pediram a ninguém para a andar a aturar resmas turistas durante horas enquanto os tratadores lhes batem para se assegurarem que se "portam bem".:(



Para terminar o fim de semana, vamos a um restaurante onde mais uma vez alarvamos comida que nem uns animais, mas desta vez comida a sério. Quando digo como animais, estou a falar a sério, porque na Índia não se usam talheres... Voltamos para o hostel e de tão exausta que estou, adormeço às 18h, acordo ás 20h para jantar rapidamente, adormeço de novo e só acordo 2ª de manhã...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

The interns

Para além de mim,

Marlene - Portugal
Theresa - Alemanha
Gabriela - Polónia
Monika - Hungria
Alaina - EUA, mas estuda no Canadá
Severin - Austria
Michael - Suiça
Fabian - Austria
Ullrich - Alemanha
Vinicius - Brasil
Daniel - Polónia
Sharvesh - Malásia
Ongart - Tailândia
Um nome impronunciável - Gana
Ahmed - não me lembro do país, provavelmente do médio oriente...

e finalmente,

Antoine - the random french guy

:D

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Monsoon...

Este fim de semana experienciei as monções pela primeira vez, não o mencionei no post anterior. Não se sentia o vento nas ruas, mas as nuvens estavam a vir. Começa a pingar intensamente e abrimos o guarda chuva. Foi piorando... Passado um minuto estava tão mau como as priores chuvas que já vi em Portugal. Depois começam o relâmpagos, mesmo em cima de nós e assustadores. Era mesmo uma chuva infernal! Mas continuou a piorar, eventualmente o chapéu de chuva não servia de nada... Mas ainda assim continuou a piorar! Era como uma parede de água, era uma coisa incrível. Paramos debaixo de um telheiro,  chovia à mesma debaixo do telheiro, mas decidimos esperar para ver se melhorava. Eventualmente começamos a ver as ruas alagar, e a sentir o nível da água a subir nas nossas pernas, que nojeira!!!! Tínhamos de sair dali e assim foi, corremos mais um bocado e chegamos ao restaurante MESMO encharcados. Até a porcaria do passaporte que estava dentro da mala apanhou água, bela merda, o meu nome no visto ficou um pouco distrocido e o carimbo do aeroporto de Mumbai multiplicou-se em várias páginas...preciso de uma protecção para o passaporte.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Hippie India and the random french guy


Quando um ocidental de 20 e poucos anos, que vive e trabalha/estuda na Índia sozinho, vê um grupo de ocidentais da mesma idade é como uma visão de luz ao fundo do túnel. Alguns dos internos estavam na cidade a semana passada quando se cruzaram com um francês qualquer, que andava por lá sozinho, e imediatamente fizeram uma nova "aquisição" ao grupo para as viagens de fim de semana. Eis o "random french guy".

Este fim de semana rumámos à costa este da Índia à procura de praia, sol, álcool e carne, na antiga colónia francesa Pondicherry. Ao sair das residências era visível a excitação de escaparmos de Karunya por 2 dias. A viagem no sempre cheio autocarro para Coimbatore, com cotovelos, rabos, crianças e sacos de cereais nos nossos colos, não nos pareceu assim tão má; e a música que se ouve tipicamente em templos Hindus aos altos berros na coluna do autocarro mesmo à minha frente era deliciosa.

Curiosidade: A população indiana está quase a atingir o mesmo número da China, o que é impressionante ao comparar a área dos dois países, e explica a constante concentração brutal de pessoas em simplesmente todo o lado.

Esta iria ser a minha experiência do que é o verdadeiro backpacking. Esqueçam o campismo selvagem sem banho e sem escovar os dentes durante não sei quantos dias em Portugal... isso é para meninos. Ao chegar a Coimbatore apanhamos o autocarro com camas imundas, por volta das 22h, onde passamos uma noite aos saltitões e trambolhões, dormindo apenas cerca de 2/3 horas porque tivemos sorte no condutor que nos calhou. Era bastante "suave" tendo em conta o padrão indiano.




Curiosidade: Na Índia não existem regras de transito. Existem corneta, apitos e que mais, e passa sempre o maior. Por vezes é assustador...

Chegamos a Pondicherry, às 7 e pouco, e mais uma vez elevei demasiado as espectativas. A paragem encontrava-se no bairro indiano, que parecia a mesma merda que Coimbatore e afins. Este lixo todo é cansativo... Ok, rumo ao bairro francês! Aí as ruas são mais espaçosas e mais limpas (porque devem de empurrar o lixo todo, ou para o bairro indiano, ou para o mar...) e a arquitectura é claramente francesa. Pondicherry divide-se nos dois bairros, indiano e francês, através de um canal, que basicamente é o esgoto principal da cidade, e este canal separa dois mundos complemente distintos: a Índia para os turistas, e a verdadeira Índia....


Com o passar das horas começa a vir o calor. Tinham-nos avisado que era um sítio muito quente, mas eu nunca imaginei que pudesse sentir tanto calor, parecíamos autenticas cascatas a suar. Eu nunca pinguei de suor na minha vida, nem a fazer exercício, mas eu suei de partes do corpo que nem sabia sequer que era possível suar. Suar de forma louca num sítio extremamente porco deixa uma pessoa extremamente porca.




Depois de passar pelo hotel para pedir para aliviar o peso das malas, vamos rumo a Auroville. Dividido entre 15 pessoas conseguimos apanhar entre 4 a 5 riquexós, dependendo de quantas pessoas nos deixam espremer em cada um. Esta viagem foi um pouco assustadora....



Auroville é uma comunidade hippie formada nos anos 70 pela auto intitulada "The mother". Actualmente,  o conceito é uma fantochada capitalista com loja e restaurante para o turista pseudo-hippie, que atira areia para os olhos dos turistas com uns quantos painéis solares e uma estação de tratamento de água e conversas da treta de salvar o mundo. Mas tirando isso,  pode-se realmente apreciar a natureza indiana no Jardim do Éden, porque não havia lixo, sem influência humana...



Depois do jardim segue-se até um uma bola gigante dourada que supostamente é algum templo de oração em forma de lótus, mas na realidade parece um posto de comunicação com a comunidade alienígena de onde vieram os hippies... Por esta altura estou mesmo pegajosa... sinto uma camada brutal de sujidade que nem se compara com uma semana de campismo! (indian style)


Depois de uma data de tretas hippies vamos à procura de uma praia de areia!! Estamos todos entusiasmadíssimos, pois este é um dos principal propósitos da nossa viagem, a seguir ao álcool é claro! E foda-se, mais uma vez expectativas demasiado elevadas! Uma praia com o potencial de ser paradisíaca era completamente imunda e suja, deprimente. Mas o calor é demasiado forte, temos mesmo que ir ao banho! Escusado será dizer que 6 raparigas brancas de biquinis são o foque de atenção de centenas de indianos, pelo que na verdade o banho acabou por ser rápido e desconfortável.

Curiosidade: Os indianos inventaram o Kamasutra mas são extremamente conservadores. Atrevo-me a dizer fundamentalistas no que respeita à liberdade da mulher.

Sente-se um cheiro pútrido que mais tarde nos aprcebemos de ser da mistura entre o lixo e o peixe podre em decomposição deixado pelos pescadores...este sítio na verdade é extremamente perigoso para a saúde humana, como quase toda a Índia.

Saímos da praia ainda mais sujos, e vamos tomar um banho para depois mais um dos pontos altos da viagem: jantar num restaurante francês. Carrrrne, deliciosa carrrne, que poderia ter sido acompanhada por vinho francês, mas devido ao preço exorbitante ficamos pela cerveja barata indiana. Tendo em conta o que eu tenho comido à duas semanas, aquele jantar soube-me a uma delícia divinal, no entanto é inferior a o que comeria na Europa...

A noite termina apenas comigo, a húngara e o brasileiro ainda em pé às 4 da manha, na zona chill out do hotel. Devo dizer que não estavam à espera que uma rapariga portuguesa de metro e meio bebesse tanto ou mais que eles.... mas visto que amanhã é outro dia decidimos voltar para os quartos.




No domingo decidimos ficar pela cidade e visitar a verdadeira índia.



Fazemos umas compras, e andamos pelas ruas, enquanto alguns dos rapazes continuam a embebedar-se, antecipando mais uma semana de clausura.



Mais uma vez vi miséria indescritível, e vi uma rapariga que nunca mais na minha vida me hei de esquecer. Tinha menos de 20 anos, um saco de ossos maltrapilhado, com uma criança no colo, e outras quantas ao pé, provavelmente nascidas numa valeta repleta de merda, e fruto das continuas violações que ela deve sofrer. Os olhos dela transpareciam o inferno que a vida dela é... pergunto-me se ela ainda possuía a capacidade de raciocinar, porque ela simplesmente está lá à de braço esticado.... Quando nada lhe chega ao braço come lixo... Ela é apenas uma entre milhares... Não sei se existe pior do que isto no resto do mundo, porque a concentração de pessoas, carros, casas, lixo, merda em esgotos abertos e tudo mais têm uma dimensão impressionante. E ainda não fui a Mumbai.... O dia continua a piorar, quando depois do jantar voltamos de novo à estação dos autocarros, um sítio onde um espécie de instinto animal faz clique na nossa cabeça para termos todos os sentidos a funcionar ao máximo. O facto de sermos um grupo de 15 pessoas traz uma certa sensação de segurança, mas este sítio é mesmo péssimo.... À noite, talvez pelo facto de estar mais fresco, mais miseráveis andam na rua a pedir e quase literalmente a saltar para cima de qualquer branco que vejam. Isto não é um sítio para qualquer um, definitivamente. Eu nem sequer vou descrever as "instalações sanitárias"...

A Índia não me vai ensinar a ligar menos à coisas básicas tipo chuveiro, cama fofinha, porque quando chegar à Europa vai voltar tudo ao mesmo. Mas a Índia já me ensinou o quão miserável e infernal pode ser a vida de um ser humano, o quão baixo um ser humano pode descer, e sinceramente não censuro certos indianos por serem porcos. Foda-se, a vida de alguns é tão merdosa que qual é o sentido em preocuparem-se com o lixo? E paineis solares?!? Esta gente não precisa de uma dúzia de painéis solares....

Mais uma vez passamos a noite quase sem dormir de volta a Coimbatore, agora assustados pela agressividade do condutor. Eu cheguei a saltar da minha cama e ter o meu corpo totalmente no ar...

Passei o dia a trabalhar tipo zombie... mas valeu definitivamente a pena! Ah, e já lavei a roupa, à mão, claro. Eu não sabia que podia cheirar assim tão mal, e a cor da água era simplesmente nojenta...

Vamos ver o que a Índia tem mais para me mostrar.... Ainda tem 10 semanas. Tudo o que vivi até agora, sei que me vai fazer sentir saudades, e sei que vou voltar outra pessoa.